O jugo tirano a mim me oprimia
E eu sofria; sofria calado.
Noites escuras vivia
Numa ignobil tirania
Deste viver assim amordaçado.
A fome, sentia-a falar
Dentro de mim, com frieza;
Mas forças, forças para a poder calar
Eu não as podia usar
Porque grande era a fraqueza.
Só a esperança! Esperança que ainda vã
Dentro em meio peito, eu pulsar sentia;
Tão linda e já rosada, qual maçã
A me dizer que decerto um amanhã
Radioso e belo como o Sol, eu o teria.
E esse amanhã surgiu
Robusto e forte com o povo a cantar
De mãos dadas correndo como um rio
Com um poeta
Que cantou e fez chorar.
Ele, poeta povo, um braço desse rio
Impetuoso fez ouvir a sua voz
A nos dizer:
Que as portas que Abril abriu
Abertas foram, p'ra sempre p'ra todos nós.
E veio Abril que com amor nos deu
O pão tão desejado e a fraternidade;
Tal como o disse, esse poeta que morreu
Que o pão mais saboroso que comeu
Tem um nome, que se chama Liberdade!
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